Oi, leitores, aqui é o Guilherme e o post de hoje discute as relações entre fármacos anti-hipertensivos e atividade sexual, além de trazer informações sobre o viagra.
As doenças cardiovasculares interferem na atividade sexual dos pacientes e na vasta maioria das vezes atua como um fator complicador. Isto tem sido observado basicamente
por duas razões principais:
1) pelo diagnóstico cardíaco e todas as implicações psicológicas que tal "marca" acarreta, como ansiedade, medo da morte, restrição na atividade física;
2) a necessidade do uso de diversos fármacos capazes de produzir efeitos adversos que prejudicam a performance sexual (especialmente pelo desencadeamento de disfunção erétil e/ou perda da libido).
A maior longevidade proporcionada pela medicina envolve o uso de remédios para controle de quadros crônicos em idosos, entre eles a hipertensão. Ainda que haja um declínio da taxa de hormônios sexuais com o avanço da idade, já foram detectados efeitos colaterais de fármacos anti-hipertensivos sobre o desempenho sexual de pacientes, em especial os homens.
A ereção peniana é viabilizada pelo maior fluxo sanguíneo no tecido esponjoso, o que significa que é necessário ter pressão arterial e/ou frequência cardíaca relativamente altos. O sistema parassimpático libera neuromediadores que relaxam estas células, permitindo a ereção.
Viagra: risco à saúde vascular? |
Praticamente todas as classes de fármacos usados no tratamento das doenças cardiovasculares podem causar alterações na atividade sexual e um percentual não desprezível dos distúrbios sexuais podem ser causados pelas drogas usadas. Os fármacos que mais comumente causam disfunções sexuais são os anti-hipertensivos e os diuréticos.
Por outro lado, algumas medicações que são relacionadas aos "distúrbios sexuais iatrogênicos" também podem facilitar a vida sexual dos cardiopatas. O uso de beta-bloqueador, por exemplo, aboliu sintomas de angina em 65% dos pacientes com angina estável que relataram dor durante a atividade sexual.
Uma diminuição excessiva na PA (pressão arterial) pode produzir isquemia de grande magnitude e infarto. Não há evidência de que os inibidores da fosfodiesterase 5 (enzima que hidrolisa o cGMP, um agente que aumenta o fluxo sanguíneo) aumentem o risco de IAM (infarto agudo do miocárdio), embora evidências suficientes sugiram que há um pequeno aumento no risco relatado à atividade sexual (tais fármacos aumentariam o risco de evento por sua ação indireta, já que ao proporcionarem a ereção, expõem o homem à atividade sexual).
O Sildenafil é um inibidor oral da fosfodiesterase que aumenta a função erétil (presente no Viagra), tendo sido o precursor da classe. Para funcionar, o sildenafil requer libido preservada e estimulação sexual, associação que resulta na liberação de óxido nítrico no corpo cavernoso do pênis, estimulando a guanilato ciclase com a formação subseqüente de guanosina monofostato ciclica (cGMP), substância que leva ao relaxamento da musculatura lisa nas artérias, arteríolas e sinusóides do corpo cavernoso. Desta forma, ocorre o aumento de fluxo sangüíneo e a ereção (na região urogenital a fosfodiesterase 5 é a enzima mais presente).
Referências bibliográficas
http://jama.ama-assn.org/content/275/18/1405.abstract
http://hyper.ahajournals.org/cgi/content/abstract/hypertensionaha;29/1/8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1971011/
http://www.fac.org.ar/ccvc/llave/c049/stein.php
http://www.springerlink.com/content/c6642231103k24m1/
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