31 de dez. de 2010

Olá pessoal. O tema do post de hoje é doenças e disfunções cardíacas. Eu escolhi algumas pra tratar, já que existem várias e é inviável falar de todas. Falarei, então, de sopro cardíaco, aterosclerose, arritmia e insuficiência cardíaca.

Sopro Cardíaco

O sopro cardíaco é o som produzido pelo sangue enquanto atravessa os vasos sanguíneos e o coração e, ao contrário do que muitos pensam, não é uma doença. Ele pode ser dividido em dois grupos: sopro cardíaco inocente e sopro cardíaco patológico.
Produzido na ausência de anomalias anatômicas ou fisiológicas do coração, o sopro cardíaco inocente não representa uma disfunção maligna do sistema cardiovascular e costuma desaparecer com o tempo. O sopro cardíaco patológico, por sua vez, indica a presença de algum defeito no coração. Esse pode ser congênito ou adquirido e pode ser proveniente de comunicações entre vasos sanguíneos que não são comuns nas pessoas.
O sopro cardíaco inocente é comum em crianças na fase pré-escolar e escolar e pode estar presente em mais de 50% das crianças. Ele tem bom prognóstico e permite que a criança leve uma vida normal, sem que seja necessário acompanhamento de um cardiologista. Já o sopro cardíaco patológico é raro nas idades pré-escolar e escolar. É de fundamental importância o diagnóstico de um sopro cardíaco em recém-nascidos. Isso se dá pelo fato de que aproximadamente 84% dos sopros cardíacos em recém-nascidos são patológicos e indicam alguma patologia cardíaca.


Já nos adultos, predominam os sopros cardíacos decorrentes de febre reumática na infância. A febre reumática é derivada de uma reação imunológica do organismo contra antígenos da bactéria estreptococo. Algumas pessoas apresentem uma maior susceptibilidade a promover uma reação exagerada a esses antígenos e os anticorpos, produzidos em demasia, acabam atacando o próprio organismo. A febre reumática pode causar lesões no coração que ocasionalmente geram sopros cardíacos.

Aterosclerose

Inicialmente, é importante mostrar a diferença existente entre arteriosclerose e aterosclerose. A arteriosclerose é o espessamento e/ou a perda de elasticidade de qualquer vaso sanguíneo. É, portanto, um termo mais genérico. Já a aterosclerose é uma doença específica em que há o acúmulo de gordura logo abaixo da camada mais interna do vaso sanguíneo. Tratemos, então, da aterosclerose.
A aterosclerose é uma doença crônica que afeta artérias de médio e grosso calibre. É caracterizada pela formação de placas de gordura (ateromas) que podem atrapalhar de forma considerável o fluxo sanguíneo. A doença pode afetar qualquer artéria do organismo, por exemplo artérias do cérebro, dos rins, do fígado e dos membros superiores ou inferiores. Geralmente, não apresenta sintomas perceptíveis até que haja a obstrução súbita de uma artéria. Suas conseqüências dependem, portanto, do local em que o ateroma está presente, podendo causar, por exemplo, uma isquemia ou um derrame cerebral caso a artéria obstruída irrigue o cérebro ou um infarto do miocárdio caso a obstrução ocorra em uma artéria que irrigue o coração.


O surgimento da aterosclerose está intimamente relacionado a fatores de risco, que são, principalmente: hipertensão arterial, alterações nas taxas ideais de “bom” colesterol e “mal” colesterol, tabagismo, diabetes, obesidade, sedentarismo e envelhecimento. A presença da doença em familiares de primeiro grau também é fator de risco, indicando a possível intervenção da genética no aparecimento da doença.
Os ateromas surgem com a migração de monócitos (um tipo de glóbulos brancos) para o interior da parede do vaso sanguíneo e sua posterior transformação em células que acumulam gordura. O acúmulo dessa gordura promove um espessamento da parede da artéria. Cada ateroma é formado por colesterol, células musculares lisas e células de tecido conjuntivo.


(Artéria com ateroma)

À medida que o ateroma cresce, as artérias vão perdendo sua elasticidade e vão se tornando mais estreitas. É freqüente que o ateroma se torne um depósito de cálcio, o que o torna mais frágil e suscetível ao rompimento. Quando rompido, pode acontecer de o sangue penetrar no ateroma e aumentá-lo de tamanho, diminuindo mais ainda o espaço por onde passa o fluxo sanguíneo. Do rompimento do ateroma, pode ocorrer, também, a formação de um trombo (coágulo sanguíneo). Esse trombo pode se desprender e obstruir um vaso sanguíneo distal, causando uma embolia.
Para evitar a aterosclerose, é importante combater os principais fatores de risco. Dessa forma, a prevenção é a melhor forma de tratamento da doença. Quando em fase complicada e grave, a aterosclerose pode causar complicações. Nesse caso, é importante, também, o tratamento dessas complicações.]

Arritmia

A freqüência cardíaca é regulada pelo nosso sistema nervoso autônomo (SNA). Esse sistema é dividido em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. Este diminui a freqüência cardíaca enquanto aquele aumenta a freqüência cardíaca. Quando há uma alteração do ritmo cardíaco normal de uma pessoa, diz-se que essa apresenta uma arritmia, que pode ser caracterizada por uma taquicardia (aumento da freqüência cardíaca) ou de uma bradicardia (diminuição da freqüência cardíaca).


As arritmias podem, também, ser subdivididas em supraventriculares e ventriculares. As primeiras estão relacionadas à parte superior do coração (átrios e nó atrioventricular) enquanto as segundas estão relacionadas à parte inferior do coração (ventrículo).
As arritmias podem ser inofensivas ou graves, podendo até levar à morte. Essas podem apresentar causas diversas, entre elas anomalias na transmissão dos impulsos elétricos responsáveis pelo ritmo cardíaco, consumo excessivo de tabaco e álcool, estresse e exercícios físicos. A causa mais comum das arritmias cardíacas são, no entanto, doenças das artérias coronárias (que irrigam o coração), mau funcionamento das válvulas cardíacas e insuficiência cardíaca.
O sintoma mais comum da arritmia é a palpitação. É freqüente, também, ocorres desmaios, falta de ar, mal-estar, fraqueza e dor no peito. É possível, ainda, que a arritmia não apresente sintomas, sendo chamada de arritmia silenciosa. A presença de desmaios, dor no peito, confusão mental e pressão baixa são indicativos de gravidade e, nesses casos, é necessário atendimento de urgência.

Insuficiência Cardíaca

A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome derivada de alguma alteração na capacidade do coração de enchimento ou de ejeção. Essa alteração causa um débito cardíaco pois a quantidade de sangue bombeada pela coração para o organismo é insuficiente para satisfazer a demanda de oxigênio e nutrientes. Ao contrário do que pode-se pensar, então, IC não quer dizer que o coração parou de bater e sim que o rendimento eficaz do coração diminui a ponto de não satisfazer a necessidade do organismo.


Essa síndrome já se tornou um problema de saúde pública por apresentar alta freqüência na população idosa, principalmente em pessoas acima de 65 anos. A taxa de IC na população mundial vem aumentando apesar do grande desenvolvimento tecnológico para o tratamento da doença e isso se dá pelo envelhecimento da população. Por ser a fase final de várias doenças cardíacas, é mais comum em idosos que apresentaram qualquer tipo de doença cardíaca durante a vida.
Diversas podem ser as causas da IC. A mais freqüente delas, entretanto, é a doença das artérias coronárias, que limita o fluxo sanguíneo para o coração e pode ser uma das causas do infarto. A insuficiência cardíaca pode, também, ser derivada de um aumento do volume do coração. Por ser um músculo, se submetido a grandes esforços, o coração pode aumentar de tamanho. Esse aumento de tamanho, no início, gera contrações mais fortes. No entanto, o aumento demasiado pode diminuir a capacidade de bombeamento do coração e provocar insuficiência cardíaca. A pressão arterial elevada também pode levar a um aumento do volume do coração e provocar a IC.
Os sintomas da IC são, principalmente, tontura e fadiga e causam uma considerável redução na sobrevida do paciente que apresenta a síndrome.

Bom galera, essas são algumas doenças e distúrbios cardíacos freqüentes na sociedade e que eu escolhi tratar. Desejo a todos um Feliz Ano de 2011 com muita paz e tranqüilidade. Nada de (hiper)tensão, ok?

Referências Bibliográficas

Postado por: Luísa Ferraço de Paula

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