Até pouco tempo atrás, o Brasil era considerado um país de jovens, e isso fez com que se desse pouca atenção aos idosos, particularmente por se tratar de um país com graves problemas sociais envolvendo crianças e jovens. Nas últimas décadas, essa realidade tem mudado e de acordo com o IBGE a população de pessoas acima de 65 anos em 2030 será de 18% da população nacional. Deve-se, portanto, melhorar o tratamento a problemas dessa faixa etária. Nesse post, falaremos um pouco sobre a hipertensão em idosos.
Pesquisas recentes mostram que a hipertensão em idosos é normal. Acredita-se que ela seja uma resposta compensatória para o estreitamento dos vasos coronários e cerebrais que ocorre com o envelhecimento e por isso não deva ser modificada. Mas, deve-se também prestar atenção que com o envelhecimento, vários outros fatores de risco costumam aparecer e o conjunto de fatores aumenta o risco de desenvolver problemas cardiovasculares e cerebrais. Portanto, manter o controle da pressão arterial é extremamente importante nessa fase da vida!
Vários são os fatores que influenciam o aumento da pressão com o avançar da idade: o estilo de vida, o diâmetro aórtico, atividade da renina (que será explicada em outros posts), a atividade do sistema nervoso e outros.
Para mostrar como essa mudança de pressão é normal, explicaremos a alteração no diâmetro aórtico.
O diâmetro aórtico aumenta em 15% a 35% dos 20 aos 80 anos de idade. “Histologicamente ocorre uma distorção da orientação laminar das fibras murais, fragmentação a elastina e aumento do conteúdo de colágeno, ocasionando uma diminuição da elasticidade do tecido conjuntivo, que determina um aumento da resistência vascular”. Traduzindo: com o envelhecimento a composição e a estrutura dos vasos vão se modificando e levam a uma perca de elasticidade e aumento da resistência vascular. Essas modificações fazem que para que uma mesma quantidade de sangue seja bombeada, ocorra um aumento da pressão de sístole ventricular.
Os problemas cardiovasculares estão associados normalmente ao aumento da diferença de pressão que existe entre a sístole e a diástole e que acontece naturalmente em pessoas mais velhas.
Por tudo que já foi explicado, é possível constatar que o diagnóstico de idosos com hipertensão é bem delicado. Para fazer tal diagnóstico, usam –se várias medições e há uma série de peculiaridades que devem ser levados em conta.
Os principais objetivos do tratamento anti-hipertensivo são a redução do risco de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. Felizmente, as pesquisas sobre esse tema têm aumentado e novas drogas vêm sendo usadas, mas sempre é recomendado que os idosos sejam assistidos por uma equipe multiprofissional favorecendo a diminuição de intervenções medicamentosas necessárias e melhorando a qualidade de vida.
Se você tem mais de 20 anos, você pode acompanhar o seu risco cardíaco pelo Escore de Risco de Framingham disponível em:
http://www.einstein.br/Hospital/cardiologia/avalie-o-seu-risco-cardiaco/risco-cardiaco-pelo-escore-de-riscode-framingham/Paginas/risco-cardiaco-pelo-escore-de-risco-de-framingham.aspx
Postado por Natacha Amorim
Bibliografia
http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0102-311X1998000300019&script=sci_arttext&tlng=pt
http://www.acemfc.org.br/modelo1/down/hipertensao_arterial.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102009000900004&lng=pt&nrm=iso
http://www.medicinageriatrica.com.br/2007/10/31/hipertensao-arterial-de-inicio-na-terceira-idade/
http://www.einstein.br/Hospital/cardiologia/avalie-o-seu-risco-cardiaco/risco-cardiaco-pelo-escore-de-riscode-framingham/Paginas/risco-cardiaco-pelo-escore-de-risco-de-framingham.aspx
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=207
Kannel WB. Risk stratification in hypertension: new insights from the Framingham Study. Am J Hypertens. 2000
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