27 de nov. de 2010

Hormônios sexuais e saúde vascular

Oi gente, aqui quem está postando é a Rebeca e hoje vou falar um pouco da influência dos hormônios sexuais no nosso sistema vascular. Sabemos que uma das grandes preocupações dos médicos e dos estudiosos é entender as causas das doenças causadas nesse sistema, pois são doenças de alto risco e com alta taxa de mortalidade. Percebemos no nosso dia a dia que as doenças vasculares são mais comuns em homens mais velhos que em mulheres. E que nas mulheres é mais comum na menopausa.


Durante o envelhecimento masculino a concentração sérica (do sangue) de testosterona diminui independente de doença que a pessoa possa ter e com isso os receptores dos andrógenos são espalhados nos tecidos vasculares por algum motivo desconhecido ainda. Não é só a idade que faz os níveis de testosterona caírem, mas também o tabagismo, a obesidade, o alcoolismo. Podemos perceber, na figura abaixo, que a diminuição da testosterona é maior depois dos 50 anos.


 Essa queda da testosterona com o envelhecimento altera o organismo do homem, já que ela tem função vascular e ventricular. A função ventricular da testosterona foi testada em ratos que, ao sofrerem orquiectomia (retirada do testículo), tiveram alterações na massa corpórea e peso cardíaco. Além disso, observou-se também uma redução na pressão sistólica de pico, da fração de ejeção de sangue e do consumo de oxigênio no miocárdio. Quando a pressão sistólica diminui, aumenta a probabilidade de derrames, ataques cardíacos e morte cardiovascular. No sistema vascular foi observada a diminuição de placas ateroscleróticas na aorta devido à testosterona. A testosterona influencia também aumentando a vasodilatação das artérias. Mas ainda existem controvérsias na literatura em relação à atuação da testosterona nas doenças coronárias. Ou seja, no envelhecimento todas essas funções são alteradas já que a produção de hormônio diminui. A redução não tem efeitos apenas no sistema vascular, mas em vários aspectos do organismo tanto fisiológico como psicológico, causando o chamado DAEM (declínio androgênico do envelhecimento masculino).


Quando a mulher está no climatério (período de transição da fase reprodutiva e não-reprodutiva) ocorre uma deficiência de hormônios esteróides sexuais. Uma das explicações para os problemas vasculares nas mulheres durante/após esse período de climatério deve-se ao fato de que um dos benefícios do estrogênio é o aumento da produção de proteína de baixa densidade (HDL) e a degradação da proteína de alta densidade (LDL), resultando em um balanço benéfico no metabolismo. Após a menopausa, a mulher desenvolve um metabolismo lipídico, ou seja, mais aterogênico, aumentando o nível de LDL e diminuindo o de HDL. Estudos mostram que o estrogênio traz benefícios à parede dos vasos sanguíneos, inibindo a proliferação de células do tecido liso muscular evitando a formação de ateroma e processos inflamatórios vasculares e ele  também promove o relaxamento dos segmentos vasculares arteriais, age  sobre os miócitos cardíacos diminuindo as anormalidades cardíacas, como a arritmia. Isso explica o porquê de a mulher também ao envelhecer ser mais propensa ao desenvolvimento de doenças vasculares.  

Por conta dessa redução hormonal durante o envelhecimento, é comum médicos passarem para as mulheres que entram na menopausa e os homens, no DAEM, algum tipo de reposição hormonal; mas esse uso ainda tem sido discutido avaliando os benefícios e malefícios desse tratamento. Pois, no caso das mulheres, há estudos que indicam que essa reposição hormonal desenvolve o câncer de mama, por isso não é indicado que se tome esses medicamentos sem prescrição médica. 





Referências Bibliográficas:
http://www.cardiologychannel.com/hypertension/overview-of-high-blood-pressure.shtml

Nenhum comentário: