3 de fev. de 2011

Respota à pegunta do grupo bioquímica do câncer

            Estudos mostram que o aumento de gordura em indivíduos aumenta a prevalência de doenças vasculares. A causa de hipertensão na obesidade é a hipernsulinemia proveniente da resistência à insulina em indivíduos obesos, principalmente aqueles que apresentam muita gordura no tronco. A hiperinsulinemia causa a ativação do sistema nervoso simpático e mais absorção tubular de sódio, contribuindo para o aumento da pressão arterial.
Os estímulos químicos associados à obesidade variam de acordo com o sexo - sendo mais comum em mulheres que em homens - e com o órgão. O índice de massa corporal (IMC) e o risco de desenvolvimento de câncer têm relação com a quantidade de insulina circulante no sangue. Quanto maior a glicemia, maior a quantidade de insulina na circulação.
Estima-se ainda que a maior incidência de câncer renal em pacientes hipertensos (condição clínica de muitos obesos) esteja associada ao fato de haver maior extravasamento de espécies do sangue para o filtrado glomerular, o que sobrecarrega as estruturas renais pela necessidade de maior reabsorção.

Referências bibliográficas


http://theoncologist.alphamedpress.org/cgi/content/abstract/15/6/556

2 de fev. de 2011

Estresse Oxidativo


        Podemos entrar em contato continuamente com radicais livres por meio de fontes externas, como luz solar, radiação e poluição. Os radicais livres particularmente gerados a partir de oxigênio também são produzidos naturalmente em nosso organismo através de processos metabólicos oxidativos e são de extrema utilidade. São necessários, por exemplo, na ativação do sistema imunológico (como exemplo, os macrófagos utilizam o peróxido de hidrogênio para destruir bactérias e outros elementos estranhos); na desintoxicação de drogas; e na produção do fator relaxante derivado do endotélio, o óxido nítrico, extremamente importante nos processos que desencadeiam o relaxamento dos vasos sanguíneos.
         Quando em grandes concentrações, porém, o excesso de radicais livres pode levar a danos teciduais e à produção de compostos tóxicos, situação que recebe o nome de estresse oxidativo. O estresse oxidativo ocorre em situação de desequilíbrio entre os sistemas pró-oxidantes e anti-oxidantes, em que os primeiros são predominantes. Isso é comum, por exemplo, durante a prática de exercícios físicos agudos, em casos de intoxicação por chumbo, doenças inflamatórias crônicas como artrites e artroses, diabetes, síndrome metabólica (situação caracterizada por obesidade, aumento da pressão arterial, aumento do colesterol e triglicérides, aumento da taxa de açúcar no sangue e aumento da circunferência da barriga), dislipidemias (aumento do colesterol), alimentação rica em gordura saturada e açúcares, exposição prolongada à luz solar, exposição à irradiações ionizantes, doenças degenerativas cerebrais como  Parkinson e Alzheimer, tabagismo (cigarro) e excesso de bebida alcoólica.
          A formação das espécies reativas de oxigênio (radicais livres) ocorre em razão da configuração eletrônica do oxigênio, que o faz apresentar forte tendência a receber um elétron de cada vez. Essa característica, em situação de estresse oxidativo, pode interferir no metabolismo de óxido nítrico da seguinte maneira:
          A adição de um elétron a uma molécula de oxigênio no estado fundamental gera a formação do radical superóxido (O2•-).

         O radical superóxido pode reagir diretamente com o óxido nítrico (NO), um radical livre centrado no nitrogênio, gerando peroxinitrito. Este pode levar à formação de um oxidante com características do radical hidroxil.

         Esses metabólitos derivados do oxigênio, considerados em conjunto, são denominados espécies reativas de oxigênio (ERO), em função da sua aumentada reatividade para as biomoléculas, e em geral alteram o tamanho e a forma dos compostos com os quais eles interagem.
         O estresse oxidativo, por promover a produção dessas substâncias altamente tóxicas, vem sendo considerado fator de risco para a ocorrência de doenças, como as apontadas na tabela abaixo:

         Estudos em ratos apontam que o excesso de O2•- associado à presença de Fe +++ estimula a lipoperoxidação de membranas, responsável pela diminuição da contratilidade miocárdica. Também mostrou-se a influência de radicais livres na ocorrência de aterosclerose e trombos da seguinte forma: Os radicais são capazes de reagir com lipídios de baixa densidade que circulam no sangue, que, alterados, atraem a ação dos macrófagos, que os fagocitam. Quando esses macrófagos, repletos de vesículas com colesterol oxidado, vão participar de resposta a lesões na parede dos vasos, muitas vezes estouram, espalhando o conteúdo oxidado pela lesão. Isso atrai mais macrófagos para a região, criando aos poucos um monte de colesterol depositado, que pode impedir o livre trânsito do sangue (aterosclerose). Além disso, quando LDL é captada por receptores de macrófagos, não ocorre o feedback negativo, de modo que quantidades fatais de lipídeo se acumula, convertendo o macrófago numa célula espumosa, que é precursora de placas de ateroma. A molécula de LDL oxidada é ainda citotóxica e causa disfunção do endotélio vascular, alterando seus mecanismos vasodilatadores e anticoagulantes. A necrose de células espumosas e o aparecimento de células como fibroblastos e musculares lisas leva ao surgimento de uma estrutura contendo cristais de colesterol intra e extracelular, células necróticas, fibras musculares lisas em proliferação, lesões que promovem a ocorrência de saliências para a luz do vaso e são revestidas por uma capa fibrótica, sobre a qual se encontra endotélio lesado e freqüentes trombos.
         Esses dados provam o quanto o estresse oxidativo pode ser prejudicial à saúde cardiovascular.  Há, porém, algumas sugestões de a alimentação saudável auxiliar no impedimento dos mecanismos acima citados. Uma delas diz respeito ao consumo de ácidos graxos monoinsaturados. Estes, encontrados no azeite, óleo de canola, azeitonas, avelã, amêndoa e abacate, são mais resistentes ao estresse oxidativo e fazem com que as partículas de LDL-c fiquem enriquecidas com eles, tornando-as menos suscetíveis à oxidação.
        Espero que o post tenha auxiliado no entendimento de vocês com relação ao estresse oxidativo, via do óxido nítrico e saúde cardiovascular! Um abraço!
        Referencias Bibliográficas:
http://www.fugesp.org.br/nutricao_e_saude_conteudo.asp?id_publicacao=3&edicao_numero=4&menu_ordem=2
 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922004000400008&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mIII.fase3.htm 
 http://bioradicaisbio.blogspot.com/2009/07/aterosclerose.html
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-86922002000600006&script=sci_arttext&tlng=es 
http://www.evidenciasaude.com.br/artigos_textofull.php?idartigo=19

Resposta Watch N' Ask

Resposta ao grupo do Álcool





Antes queríamos agradecer a quem assistiu nossa apresentação ontem. Não é todo mundo que vai à aula na última semana para assistir a um seminário. Ainda mais quando várias matérias já encerraram as atividades.




Bom, uma das perguntas que iremos responder foi feita pelo grupo do Álcool e foi a seguinte: Como funciona a diminuição da produção de óxido nítrico em hipertensos? Por que isso acontece?

Resposta:

O endotélio sadio tem funções importantes e que se relacionam para colaborar com a homeostase do organismo. Entre essas funções, temos a produção de óxido nítrico, como foi explicado no post e na apresentação, que está relacionado à inibição da coagulação, vasodilatação e ação antiinflamatória. No entanto, ele também exerce papel na constrição dos vasos. Ocorrem, no endotélio, a produção de prostaglandinas constritoras H2, angiotensina II e endotelinas. Todos esses compostos citados são fatores contráteis mais conhecidos com ECDF (do inglês Endotelial-Derived Constricting Factor).
No organismo saudável, esses fatores dilatadores e constritores dos vasos estão em equilíbrio, tendo a liberação de fatores relaxadores maior importância. No entanto, em situações patológicas, como é o caso da hipertensão arterial, esse equilíbrio é afetado, causando alterações em todo o organismo. À disfunção de liberação de fatores de vasodilatadores é dado o nome de disfunção endotelial.
O aumento da vasoconstrição em hipertensos pode se dar por dois motivos: pelo aumento da produção da fatores contráteis como a prostaglandina H2 ou pela diminuição da vasodilatação dependente do endotélio. No entanto, a diminuição da dilatação dos vasos em hipertensos não se dá pela baixa na produção de óxido nítrico, e sim pela diminuição da sensibilidade das células ao NO.
O NO é uma molécula simples e pequena, com sete elétrons do nitrogênio e oito do oxigênio, o que gera um elétron livre. Por ser uma espécie reativa, o NO pode se ligar a outras espécies reativas tóxicas existentes no organismo, como alguns compostos ricos em oxigênio que são extremamente reativos. Reagindo com outras moléculas reativas, o NO estabelece ligações químicas e se torna indisponível para estimular vias que levem à vasodilatação.
Hipertensos, comumente, ingerem grandes quantidades de sal, o que leva a um acúmulo de radical superóxido. Isso acontece devido à inibição de enzimas que convertem esse radical em compostos menos tóxicos e à estimulação de enzimas que produzem esse radical, como foi explicado durante a apresentação do painel de sal.
Portanto, o que acontece em pacientes hipertensos é que há uma disfunção endotelial em seu organismo. Conseqüência disso é o aumento da produção de fatores vasoconstritores e a diminuição da disponibilidade de NO para participar de vias vasodilatadoras, levando a um aumento da pressão arterial e a manutenção do quadro de hipertensão arterial.


Referências Bibliográficas

BAHIA, Luciana et al. O endotélio na síndrome metabólica. Arq Bras Endocrinol Metab[online]. 2006, vol.50, n.2, pp. 291-303. ISSN 0004-2730.

CARVALHO, Maria Helena C. de; COLACO, André Luiz  and  FORTES, Zuleica Bruno. Citocinas, disfunção endotelial e resistência à insulina. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2006, vol.50, n.2, pp. 304-312. ISSN 0004-2730.

ZAGO, Anderson Saranz  and  ZANESCO, Angelina. Nitric oxide, cardiovascular disease and physical exercise. Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2006, vol.87, n.6, pp. e264-e270. ISSN 0066-782X.

CARVALHO, Maria Helena Catelli; NIGRO, Dorothy; LEMOS, Virgínia Soares; TOSTES, Rita de Cássia Aleixo e ZORTES, Zuleica Bruno. Hipertensão Arterial: o endotélio e suas múltiplas funções. Rev. Bras. Hipertens. 2001, vol.8.

LINARELLI, Maria Conceição Barbosa e POTT JR, Henrique. Estatinas: uma visão sobre aspectos vasculares. Rev. Ciênc. Méd. 2008, Campinas, São Paulo, Brasil.

Postado por: Grupo de Hipertensão