31 de dez. de 2010

Olá pessoal. O tema do post de hoje é doenças e disfunções cardíacas. Eu escolhi algumas pra tratar, já que existem várias e é inviável falar de todas. Falarei, então, de sopro cardíaco, aterosclerose, arritmia e insuficiência cardíaca.

Sopro Cardíaco

O sopro cardíaco é o som produzido pelo sangue enquanto atravessa os vasos sanguíneos e o coração e, ao contrário do que muitos pensam, não é uma doença. Ele pode ser dividido em dois grupos: sopro cardíaco inocente e sopro cardíaco patológico.
Produzido na ausência de anomalias anatômicas ou fisiológicas do coração, o sopro cardíaco inocente não representa uma disfunção maligna do sistema cardiovascular e costuma desaparecer com o tempo. O sopro cardíaco patológico, por sua vez, indica a presença de algum defeito no coração. Esse pode ser congênito ou adquirido e pode ser proveniente de comunicações entre vasos sanguíneos que não são comuns nas pessoas.
O sopro cardíaco inocente é comum em crianças na fase pré-escolar e escolar e pode estar presente em mais de 50% das crianças. Ele tem bom prognóstico e permite que a criança leve uma vida normal, sem que seja necessário acompanhamento de um cardiologista. Já o sopro cardíaco patológico é raro nas idades pré-escolar e escolar. É de fundamental importância o diagnóstico de um sopro cardíaco em recém-nascidos. Isso se dá pelo fato de que aproximadamente 84% dos sopros cardíacos em recém-nascidos são patológicos e indicam alguma patologia cardíaca.


Já nos adultos, predominam os sopros cardíacos decorrentes de febre reumática na infância. A febre reumática é derivada de uma reação imunológica do organismo contra antígenos da bactéria estreptococo. Algumas pessoas apresentem uma maior susceptibilidade a promover uma reação exagerada a esses antígenos e os anticorpos, produzidos em demasia, acabam atacando o próprio organismo. A febre reumática pode causar lesões no coração que ocasionalmente geram sopros cardíacos.

Aterosclerose

Inicialmente, é importante mostrar a diferença existente entre arteriosclerose e aterosclerose. A arteriosclerose é o espessamento e/ou a perda de elasticidade de qualquer vaso sanguíneo. É, portanto, um termo mais genérico. Já a aterosclerose é uma doença específica em que há o acúmulo de gordura logo abaixo da camada mais interna do vaso sanguíneo. Tratemos, então, da aterosclerose.
A aterosclerose é uma doença crônica que afeta artérias de médio e grosso calibre. É caracterizada pela formação de placas de gordura (ateromas) que podem atrapalhar de forma considerável o fluxo sanguíneo. A doença pode afetar qualquer artéria do organismo, por exemplo artérias do cérebro, dos rins, do fígado e dos membros superiores ou inferiores. Geralmente, não apresenta sintomas perceptíveis até que haja a obstrução súbita de uma artéria. Suas conseqüências dependem, portanto, do local em que o ateroma está presente, podendo causar, por exemplo, uma isquemia ou um derrame cerebral caso a artéria obstruída irrigue o cérebro ou um infarto do miocárdio caso a obstrução ocorra em uma artéria que irrigue o coração.


O surgimento da aterosclerose está intimamente relacionado a fatores de risco, que são, principalmente: hipertensão arterial, alterações nas taxas ideais de “bom” colesterol e “mal” colesterol, tabagismo, diabetes, obesidade, sedentarismo e envelhecimento. A presença da doença em familiares de primeiro grau também é fator de risco, indicando a possível intervenção da genética no aparecimento da doença.
Os ateromas surgem com a migração de monócitos (um tipo de glóbulos brancos) para o interior da parede do vaso sanguíneo e sua posterior transformação em células que acumulam gordura. O acúmulo dessa gordura promove um espessamento da parede da artéria. Cada ateroma é formado por colesterol, células musculares lisas e células de tecido conjuntivo.


(Artéria com ateroma)

À medida que o ateroma cresce, as artérias vão perdendo sua elasticidade e vão se tornando mais estreitas. É freqüente que o ateroma se torne um depósito de cálcio, o que o torna mais frágil e suscetível ao rompimento. Quando rompido, pode acontecer de o sangue penetrar no ateroma e aumentá-lo de tamanho, diminuindo mais ainda o espaço por onde passa o fluxo sanguíneo. Do rompimento do ateroma, pode ocorrer, também, a formação de um trombo (coágulo sanguíneo). Esse trombo pode se desprender e obstruir um vaso sanguíneo distal, causando uma embolia.
Para evitar a aterosclerose, é importante combater os principais fatores de risco. Dessa forma, a prevenção é a melhor forma de tratamento da doença. Quando em fase complicada e grave, a aterosclerose pode causar complicações. Nesse caso, é importante, também, o tratamento dessas complicações.]

Arritmia

A freqüência cardíaca é regulada pelo nosso sistema nervoso autônomo (SNA). Esse sistema é dividido em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. Este diminui a freqüência cardíaca enquanto aquele aumenta a freqüência cardíaca. Quando há uma alteração do ritmo cardíaco normal de uma pessoa, diz-se que essa apresenta uma arritmia, que pode ser caracterizada por uma taquicardia (aumento da freqüência cardíaca) ou de uma bradicardia (diminuição da freqüência cardíaca).


As arritmias podem, também, ser subdivididas em supraventriculares e ventriculares. As primeiras estão relacionadas à parte superior do coração (átrios e nó atrioventricular) enquanto as segundas estão relacionadas à parte inferior do coração (ventrículo).
As arritmias podem ser inofensivas ou graves, podendo até levar à morte. Essas podem apresentar causas diversas, entre elas anomalias na transmissão dos impulsos elétricos responsáveis pelo ritmo cardíaco, consumo excessivo de tabaco e álcool, estresse e exercícios físicos. A causa mais comum das arritmias cardíacas são, no entanto, doenças das artérias coronárias (que irrigam o coração), mau funcionamento das válvulas cardíacas e insuficiência cardíaca.
O sintoma mais comum da arritmia é a palpitação. É freqüente, também, ocorres desmaios, falta de ar, mal-estar, fraqueza e dor no peito. É possível, ainda, que a arritmia não apresente sintomas, sendo chamada de arritmia silenciosa. A presença de desmaios, dor no peito, confusão mental e pressão baixa são indicativos de gravidade e, nesses casos, é necessário atendimento de urgência.

Insuficiência Cardíaca

A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome derivada de alguma alteração na capacidade do coração de enchimento ou de ejeção. Essa alteração causa um débito cardíaco pois a quantidade de sangue bombeada pela coração para o organismo é insuficiente para satisfazer a demanda de oxigênio e nutrientes. Ao contrário do que pode-se pensar, então, IC não quer dizer que o coração parou de bater e sim que o rendimento eficaz do coração diminui a ponto de não satisfazer a necessidade do organismo.


Essa síndrome já se tornou um problema de saúde pública por apresentar alta freqüência na população idosa, principalmente em pessoas acima de 65 anos. A taxa de IC na população mundial vem aumentando apesar do grande desenvolvimento tecnológico para o tratamento da doença e isso se dá pelo envelhecimento da população. Por ser a fase final de várias doenças cardíacas, é mais comum em idosos que apresentaram qualquer tipo de doença cardíaca durante a vida.
Diversas podem ser as causas da IC. A mais freqüente delas, entretanto, é a doença das artérias coronárias, que limita o fluxo sanguíneo para o coração e pode ser uma das causas do infarto. A insuficiência cardíaca pode, também, ser derivada de um aumento do volume do coração. Por ser um músculo, se submetido a grandes esforços, o coração pode aumentar de tamanho. Esse aumento de tamanho, no início, gera contrações mais fortes. No entanto, o aumento demasiado pode diminuir a capacidade de bombeamento do coração e provocar insuficiência cardíaca. A pressão arterial elevada também pode levar a um aumento do volume do coração e provocar a IC.
Os sintomas da IC são, principalmente, tontura e fadiga e causam uma considerável redução na sobrevida do paciente que apresenta a síndrome.

Bom galera, essas são algumas doenças e distúrbios cardíacos freqüentes na sociedade e que eu escolhi tratar. Desejo a todos um Feliz Ano de 2011 com muita paz e tranqüilidade. Nada de (hiper)tensão, ok?

Referências Bibliográficas

Postado por: Luísa Ferraço de Paula

Sistema renina-angiotensina


            Leitores queridos, o ano está acabando, mas nosso esforço em deixá-los informados sobre a hipertensão não!
O post de hoje conterá informações sobre o sistema de regulação da pressão arterial. Existem dois grandes mecanismos de regulação da pressão arterial: a longo prazo e a curto prazo. A longo prazo são utilizados mecanismos hormonais e fundamentalmente ligados à volemia (que é a própria quantidade de sangue que nós temos circulando no corpo). Os mecanismos a curto prazo estão diretamente ligados a reflexos neurais, que modificam as estruturas sanguíneas que determinam a pressão, então o órgão-alvo nesse caso é o próprio coração. Explicaremos hoje como funciona o mecanismo a curto prazo regulado pelo sistema renina – angiotensina.
            No sistema são usadas três substâncias principais: a renina, o substrato da renina (angiotensionogénio) e a enzima conservadora da angiotensina (ECA). Cada uma dessas substâncias é produzida em um lugar diferente do organismo, desempenhando várias funções nos vários locais que são encontradas. A renina é sintetizada e armazenada sob forma inativa chamada pró-renina nos rins, quando há uma queda na pressão arterial várias reações ocorrem no próprio rim que transformam a pró-renina em renina circulante na corrente sanguínea. A renina por si só não desempenha nenhum papel no controle da pressão arterial, ela é uma enzima capaz de desencadear reações que levarão a esse controle.
A renina é capaz de atuar sobre o angiotensionogénio que vem do fígado, transformando-o em angiotensina I pela retirada de dois aminoácidos terminais de sua cadeia. A angiotensina é possui propriedades vasoconstritoras (que levariam a um aumento da pressão) moderadas, mas insuficiente para causar uma grande alteração circulatória. A importância maior da angiotensina I está no fato de ser instável e sendo assim se liga, a chamada enzima conversora de angiotensina (ECA) ou cininase II que é liberada pelos pulmões. A ECA é capaz de incluir dois aminoácidos na angiotensina I transformando-a em II.
A angiotensina II é quem realmente é capaz de modificar a pressão (ufa!). Ela possui um grande poder vasoconstritor, além influenciar a liberação de aldosterona que por sua vez é responsável pela retenção de sódio e água, mas isso é assunto para um próximo post. Então fazendo uma revisão:


 
            Mas qual a importância disso para pessoas com hipertensão? Pessoas com hipertensão podem ter taxas normais das substâncias citadas, porém para um hipertenso possuir essa taxa é significado de manifestação da doença. Por não ser um consenso no meio acadêmico quais são as funções dessas várias substâncias e quais os efeitos das alterações genéticas nas expressões dessas é preciso tomar muito cuidado na medicação que está sendo ingerida. Fica a dica: a auto-medicação é muito perigosa, procure sempre ajuda de um profissional!


 
Postado por Natacha Amorim

Bibliografia



30 de dez. de 2010

Malefícios do Tabagismo

      O tabagismo está comprovadamente relacionado a doenças graves como câncer de pulmão (60% dos casos), enfisema pulmonar (80%), bronquite crônica e derrame cerebral (40%) e infarto do miocardio (25%). Para se ter uma idéia do quão prejudicial ele é, estima-se que morram cerca de 10 brasileiros por hora por causa do cigarro! Vale ressaltar, portanto, os malefícios que causa ao sistema cardiovascular, como sua contribuição para o aumento da pressão arterial.
      Dentre as substâncias componentes do cigarro, destaca-se como a mais prejudicial a nicotina, devido principalmente às concentrações relativamente elevadas em que está presente.  A nicotina é um antagonista dos receptores de nicotina do sistema nervoso central e periférico e tem efeitos acentuados no sistema nervoso central e cardiovascular, tendo como principal papel a promoção da dependência, obrigando o indivíduo a fazer uso constante do fumo. Quando consumida, demonstrou causar dependência com consequentes sintomas de abstinência relacionados aos sintomas de retirada da droga, tais como desejo agudo de fumar, depressão, insônia, frustração ou raiva, ansiedade, dificuldade de concentração, agitação e aumento do apetite ou ganho de peso.
       Além disso,  a nicotina causa a diminuição do volume interno das artérias, provocando endurecimento das artérias ou arteriosclerose: isso diminui a eficiência da circulação, induzindo aceleração da frequência cardíaca e, consequentemente, a hipertensão. Em união com o monóxido de carbono, o tabagismo provoca ainda diversas doenças casdiovasculares, problemas pulmonares como câncer e é igualmente nocivo para outros órgãos, como estômago, a garganta, o coração, podendo desencadear a liberação de toxinas no pulmão, provocando enfisema pulmonar.
      Numericamente, é maior o número de mulheres iniciadas no tabagismo com tendência a desencadearem hipertensão arterial, e menor a probabilidade de abandonarem o fumo mesmo quando empenhadas nisso, devido à dependência afetiva e psicológica que desenvolvem em relação ao tabaco, em geral ausente nos homens. Vale ressaltar, porém, que abandonar o fumo não é uma tarefa impossível, mas para a qual as pessoas devem se empenhar. Para isso, não custa tentar a diminuição aos poucos da ingestão de nicotina, como por meio de adesivos contendo pequenas doses e cigarros que apresentem menores quantidades da substância, como o light, considerados com baixo teor de nicotina. Deve-se ter em mente, porém, que não deixam de ser prejudiciais, sendo apenas mecanismos usados no intuito de tentar diminuir o consumo diário de nicotina até que se abandone a dependência por completo. Só assim a pessoa estará mais protegida contra as doenças promovidas pelo uso do tabaco e ingestão de nicotina, permitindo que leve uma vida mais saudável!
     
       Postado por Bruna Bianco Hummel.
       Referências bibliográficas: 
         http://www.webartigos.com/articles/6798/1/Hipertensao-E-Tabagismo/pagina1.html#ixzz19bFO0Dc2
           http://www.msdonline.com.br/pacientes/sua_saude/doencas_do_coracao/paginas/hipertensao_fatores_de_risco.aspx
           www.inca.gov.br/tabagismo/publicacoes/nicotina.pdf
        











       
        

      

27 de dez. de 2010

Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)

Essa é uma doença que afeta milhares de pessoas em todo o  mundo, conhecida como infarto do coração, e possui alto índice de mortalidade. O IAM é a morte da parte do músculo cardíaco (miocárdio) que ocorre de forma rápida devido à obstrução do fluxo de sangue nas artérias coronárias, assim o músculo cardíaco não consegue contrair afetando sua função, que é bombear sangue a todos os tecidos. Uma razão para que ocorra essa obstrução deve-se ao acúmulo de gorduras nas paredes dos vasos, impedindo a passagem de sangue e como consequência o fluxo de oxigênio. Outra causa pode ser a ocorrência de um espasmo coronariano, ou seja, o fechamento das paredes das artérias por colobamento, impedindo também a passagem de sangue para o coração.
Antigamente, o infarto ocorria em pessoas mais idosas. Mas hoje em dia tem aparecido cada vez mais cedo, provavelmente pelo estilo de vida escolhido por elas e a falta de preocupação. As causas são diversas, mas pesquisas mostram que é mais comum em homens que em mulheres. Foi percebido também que muitas pessoas que tiveram o IAM não sabiam ao certo o que isso significava, a gravidade e não mostraram preocupação com o problema. Algumas causas foram estudadas e observadas, por exemplo:
·          Alimentação – pessoas que não têm uma alimentação equilibrada como a presença de alimentos com alto teor de colesterol e elevado consumo de gorduras saturadas ao invés da gordura insaturada. A gordura saturada é de origem animal e está associada ao desenvolvimento de doenças arterial coronárias;
·         Estresse;
·          Sedentarismo – a atividade física regular diminui o risco de distúrbios ateroscleróticos. O recomendado é a atividade regular aeróbia de 20 a 30 minutos de 3 a 5 vezes por semana.
·         Obesidade – é classificada em vários níveis de acordo com o IMC, mas não são só avaliados esses valores, mas também a distribuição de gordura no corpo. A obesidade centrada no abdômen, presente tanto em homens como em mulheres, é a mais preocupante, pois se têm observado taxas altas de morbidade e mortalidade nesses casos.
·         Tabagismo – foram estudados fumantes e não fumantes que tiveram infarto e uma grande parte era fumante ou ex-fumante e os que não estavam no grupo de fumantes, uma porção considerável ,  eram aqueles conhecidos como fumantes passivos, pois conviviam com fumantes e possuíam níveis elevados de monóxido de carbono expirado.

Algumas pessoas têm até predisposição a adquirir a doença, pois possuem casos na família ou até mesmo têm outras doenças que podem desencadear o infarto.

O grande problema do infarto é que a pessoa que teve infarto procura ajuda normalmente quando não há mais solução. É uma doença  –algumas vezes – silenciosa. Mas o importante é quem possui essa predisposição deve sempre ter acompanhamento  médico e prestar atenção a qualquer desses sintomas, pois quando esse problema é tratado de forma rápida há mais chances de o paciente sobreviver.
Abaixo estão listados alguns dos sintomas do infarto. Caso você sinta algum deles, procure ajuda médica.
  • Pressão desconfortável, sensação de aperto ou dor no centro do tórax, que tem duração maior do que 10 minutos, que pode ter diferentes intensidades, ou ainda sumir e voltar espontaneamente;
  • Dor intensa e prolongada no peito;
  • Dor que se irradia do peito para os ombros, pescoço ou braços;
  • Dor prolongada na "boca do estômago";
  • Desconforto no tórax e sensação de enfraquecimento;
  • Respiração curta, mesmo no estado de repouso;
  • Sentir tonteira;
  • Náusea, vômito e intensa sudorese;
  • Ataques de dor no peito que não são causados por exercício físico;
Esses sintomas podem muitas vezes ser confundidos com outras doenças, mas a precaução nunca é demais. Cuidado!! Fique atento ao estilo de vida que você escolheu, talvez não seja o melhor para você!
Obrigada e até o Ano que vem!!! 

Postado por Rebeca Moreira Salgado

Referências Bibliográficas

24 de dez. de 2010

Remédio de cobra

             E ae, rapaziada! Quem posta hoje é o Guilherme, e é pra falar sobre a atuação de alguns fármacos no controle da hipertensão e o potencial uso de veneno de jararaca (???) com essa finalidade. Ainda será abordado aqui no blog o sistema renina-angiotensina, um mecanismo de regulação bioquímica da hipertensão, e é sobre esse sistema que atuam os fármacos aqui abordados.
            O composto bradicinina é responsável por reduzir a pressão arterial do organismo, e peptídeos potenciadores da bradicinina (BPPs em inglês) estão presentes em remédios utilizados para controle de hipertensão. Sua atuação consiste essencialmente em inibir a ECA – enzima conversora da angiotensina – e, sendo a angiotensina um agente hipertensor, sua ação é atenuada e a pressão arterial não tem acentuada elevação.
Outra ação conhecida dos BPPs é como queladores de metais, já que as carboxipeptidases – ativadoras da bradicinina – são zinco-enzimas. Foram identificados, no veneno e no precursor do peptídeo natriurético do tipo C da Bothrops jararaca, quatro tipos principais de BPP. Esses peptídeos parecem ter ação mais diversificada que os tradicionalmente utilizados em remédios.

Jararaca. Perigosa, mas pode ajudar!

Quatro variedades de BPP da cobra foram testados injetando-os em ratos espontaneamente hipertensos (SHR) e em ratos normotensos (WT). O que se observou foi um abaixamento da pressão arterial em duas fases, uma cerca de 20 minutos depois das injeções e outra que teve início de 60 a 80 minutos depois delas, com efeito prolongado por até 6 horas. 
O abaixamento máximo da PA foi observado com o BBP-10c na dose de 71 nmol/kg. Outro aspecto interessante é que os BPPs não tiveram efeito sobre os ratos normotensos, apenas sobre os espontaneamente hipertensos. Os principais res'duos de aminoácido responsáveis pela atuação dos BPPs são os de prolina.
Um dos mecanismos de atuação dos BPPs da jararaca está relacionado aos barorreceptores e ao aumento da sensibilidade do barorreflexo. O barorreflexo atua junto ao sistema nervoso para regular a frequência cardíaca e a pressão arterial. Os fármacos de BPPs que atuam inibindo a ECA têm a contrapartida de aumentar a frequência cardíaca, enquanto os produzidos pela cobra, ao atuarem sobre o próprio sistema de regulação vascular do organismo, não trazem esse problema.



Molécula de bradicinina

É importante deixar bem clara a diferença entre pressão arterial e frequência cardíaca. Conforme foi apresentado no primeiro post do blog, pressão arterial é a força do músculo cardíaco sendo transmitida à parte interna dos vasos sanguíneos. Frequência caríaca é o número de ciclos completos de batimento que o coração realiza por unidade de tempo.
            Ainda não há remédios no mercado com BPPs de jararaca, as pesquisas ainda estão em andamento e parecem promissoras. Foi o tema da tese de doutorado de Caludiana lameu, pesquisadora do Instituo Butantan que defendeu sua tese no Instituto de Química da USP. É interessante o fato de que as pesquisas vêm sendo desenvolvidas no Brasil, já que nosso país não tem tradição tão vigorosa na área científica e está desenvolvendo pesquisas com um elemento da fauna local.



Referências bibliográficas

http://www4.usp.br/index.php/ciencias/17357-veneno-da-jararaca-auxilia-no-tratamento-da-hipertensao

http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/5-1/ahh.pdf

http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=436998&indexSearch=ID

http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=525231&indexSearch=ID

http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/7-2/004.pdf

23 de dez. de 2010

Cuidados na melhor idade!

            Até pouco tempo atrás, o Brasil era considerado um país de jovens, e isso fez com que se desse pouca atenção aos idosos, particularmente por se tratar de um país com graves problemas sociais envolvendo crianças e jovens. Nas últimas décadas, essa realidade tem mudado e de acordo com o IBGE a população de pessoas acima de 65 anos em 2030 será de 18% da população nacional. Deve-se, portanto, melhorar o tratamento a problemas dessa faixa etária. Nesse post, falaremos um pouco sobre a hipertensão em idosos.

            Pesquisas recentes mostram que a hipertensão em idosos é normal. Acredita-se que ela seja uma resposta compensatória para o estreitamento dos vasos coronários e cerebrais que ocorre com o envelhecimento e por isso não deva ser modificada. Mas, deve-se também prestar atenção que com o envelhecimento, vários outros fatores de risco costumam aparecer e o conjunto de fatores aumenta o risco de desenvolver problemas cardiovasculares e cerebrais. Portanto, manter o controle da pressão arterial é extremamente importante nessa fase da vida!
            Vários são os fatores que influenciam o aumento da pressão com o avançar da idade: o estilo de vida, o diâmetro aórtico, atividade da renina (que será explicada em outros posts), a atividade do sistema nervoso e outros.
Para mostrar como essa mudança de pressão é normal, explicaremos a alteração no diâmetro aórtico.
O diâmetro aórtico aumenta em 15% a 35% dos 20 aos 80 anos de idade. “Histologicamente ocorre uma distorção da orientação laminar das fibras murais, fragmentação a elastina e aumento do conteúdo de colágeno, ocasionando uma diminuição da elasticidade do tecido conjuntivo, que determina um aumento da resistência vascular”. Traduzindo: com o envelhecimento a composição e a estrutura dos vasos vão se modificando e levam a uma perca de elasticidade e aumento da resistência vascular. Essas modificações fazem que para que uma mesma quantidade de sangue seja bombeada, ocorra um aumento da pressão de sístole ventricular.
            Os problemas cardiovasculares estão associados normalmente ao aumento da diferença de pressão que existe entre a sístole e a diástole e que acontece naturalmente em pessoas mais velhas.
            Por tudo que já foi explicado, é possível constatar que o diagnóstico de idosos com hipertensão é bem delicado. Para fazer tal diagnóstico, usam –se várias medições e há uma série de peculiaridades que devem ser levados em conta.
            Os principais objetivos do tratamento anti-hipertensivo são a redução do risco de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. Felizmente, as pesquisas sobre esse tema têm aumentado e novas drogas vêm sendo usadas, mas sempre é recomendado que os idosos sejam assistidos por uma equipe multiprofissional favorecendo a diminuição de intervenções medicamentosas necessárias e melhorando a qualidade de vida.


        Se você tem mais de 20 anos, você pode acompanhar o seu risco cardíaco pelo Escore de Risco de Framingham disponível em:

 http://www.einstein.br/Hospital/cardiologia/avalie-o-seu-risco-cardiaco/risco-cardiaco-pelo-escore-de-riscode-framingham/Paginas/risco-cardiaco-pelo-escore-de-risco-de-framingham.aspx


Postado por Natacha Amorim


Bibliografia

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2922317/?tool=pubmed
http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0102-311X1998000300019&script=sci_arttext&tlng=pt

http://www.acemfc.org.br/modelo1/down/hipertensao_arterial.pdf

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102009000900004&lng=pt&nrm=iso

http://www.medicinageriatrica.com.br/2007/10/31/hipertensao-arterial-de-inicio-na-terceira-idade/

http://www.einstein.br/Hospital/cardiologia/avalie-o-seu-risco-cardiaco/risco-cardiaco-pelo-escore-de-riscode-framingham/Paginas/risco-cardiaco-pelo-escore-de-risco-de-framingham.aspx

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=207

Kannel WB. Risk stratification in hypertension: new insights from the Framingham Study. Am J Hypertens. 2000

20 de dez. de 2010

ESTRESSE!

Boa noite galera! O tema deste post é o estresse e sua relação com a hipertensão arterial.




Embora existam algumas evidências da relação entre a hipertensão e o estresse, não há nenhum estudo comprovado da relação direta entre eles. A bioquímica do estresse ainda é um tema novo e que está engatinhando no mundo científico.

Estresse pode ser definido como sendo a forma física e psicológica como o organismo reage a fatores que gerem respostas estimulantes, positivas ou negativas. De forma genética, é um conjunto de reação que acontecem no organismo decorrentes de estímulos ambientais, os agentes estressores. Dessa forma, o estresse é uma reação particular pois é dependente da forma como a pessoa se relaciona com o ambiente. É, portanto, uma situação natural e que traz benefícios , quando por período e em intensidade adequados, para a homeostase e para a sobrevivência, ao preparar o organismo para uma situação de “fuga ou luta”. O próprio Sistema Nervoso Simpático (SNS), uma “parte” do nosso sistema nervoso, prepara o organismo por meio do aumento da pressão arterial, da freqüência cardíaca e da respiração. No entanto, o estresse, quando persistente e exagerado, pode trazer prejuízos ao organismo.

O processo de estresse pode ser dividido em três fases: alarme, resistência e exaustão. A primeira fase está relacionada ao contato inicial do indivíduo com o agente estressor. A fase de resistência corresponde à fase em que o indivíduo, já tendo ocorrido o primeiro contato com o agente estressor, tenta recuperar o equilíbrio interno, o que pode ser atingido ou não. A terceira fase é atingida quando o indivíduo, depois de tentar restabelecer o equilíbrio interno, não consegue alcançá-lo, o que em geral se dá pela persistente presença do agente estressor. É na terceira fase que costumam aparecer as doenças cardiovasculares.

Nas últimas décadas, estudos identificaram que situações de estresse e ansiedade possuem a mesma influência sobre a hipertensão que o tabagismo ou altas taxas de colesterol e que é um fator de risco tão importante como os tradicionais fumo, álcool e sedentarismo. Outros fatores emocionais como personalidade, depressão e suporte social também estão relacionados com o aumento da pressão arterial. Nas diversas relações do indivíduo com a sociedade, fatores psicológicos, sociais, familiares, laborais ou econômicos podem atuar como fatores estressores.

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Estudos sobre estresse crônico sugerem que ele contribui negativamente para o surgimento ou agravamento da hipertensão pelo aumento da pressão arterial e de doenças cardiovasculares. Mas de que forma isso acontece?

A reação de estreses promove processos bioquímicos que terminam em sintomas e sinais e como taquicardia, sudorese excessiva, boca seca e tensão muscular. Estas características são comuns e aparecem em todas as pessoas submetidas a agentes estressores. No entanto, a medida que o estresse se torna fator de risco, as respostas que serão exibidas no decorrer da vida dependem da herança genética e da vulnerabilidade da pessoa, que está intimamente ligada ao modo de vida que ela leva. Situações de estresse excessivas envolvem ativações neuro-hormonais, fenômenos inflamatórios na parede vascular, lesão vascular e ativação da cascata de coagulação.

Mostrou-se, recentemente, por meio de estudos, que níveis elevados pra pressão arterial podem promover alterações estruturais no sistema vascular ao causar uma hipertrofia das camadas média e íntima dos vasos. Apesar de possuírem função protetora, essas alterações podem gerar, a longo prazo, uma sobrecarga no coração, que resulta em uma hipertrofia do ventrículo esquerdo. Essas alterações, em conjunto, tendem a elevar a pressão arterial e a gerar um círculo vicioso que pode culminar no surgimento da hipertensão arterial.

Há, ainda, a “hipótese da reatividade vascular”. Tal hipótese sugere que a forma como o indivíduo reage aos estímulos do agente estressor influencia no aparecimento das doenças vasculares. Assim, indivíduos que apresentam respostas cardiovasculares mais exageradas frente aos estímulos tendem a desencadear alterações fisiológicas e estruturais que favorecem o desenvolvimento da hipertensão arterial. Por outro lado, indivíduos que apresentem respostas cardiovasculares mais moderadas desencadeiam menos alterações e, dessa forma, diminui o risco de surgimento da hipertensão por fatores emocionais com o estresse.

(Se ele se relaciona assim com uma ordem DESSA, imagine como reage a outras situações estressantes? Oh my God!)

Portanto, fatores psicológicos e comportamentais também podem influir no surgimento da hipertensão. Dessa forma, aspectos emocionais também podem ser abordados no tratamento da doença. Ações que alterem esses fatores de forma positiva e significativa podem trazer benefícios durante o tratamento. Conclui-se, então, que o controle do estresse e mudanças na forma de vida são formas de tratamento não-farmacológico que, junto a outros tratamentos farmacológicos, influem de forma positiva na vida do indivíduo hipertenso.
Espero que tenham gostado do post e NÃO SE ESTRESSEM (;

Referências Bibliográficas

Postado por: Luísa Ferraço de Paula

16 de dez. de 2010

O Anticoncepcional e a Pressão Arterial

            Olá queridos internautas! Quem está postando hoje é a Bruna, e o assunto a ser tratado é a influência do uso de anticoncepcionais na alteração da pressão arterial! Espero que gostem!
            Apesar da importância que tiveram os anticoncepcionais para o processo de diminuição da natalidade, ingresso da mulher no mercado de trabalho, independência profissional e financeira e reconhecimento frente aos homens, sendo uma das principais marcas da revolução dos costumes e da maneira de encarar o mundo nos anos 60, essas pílulas, infelizmente, não trouxeram apenas benefícios às mulheres. Estudos apontaram que, principalmente nos primeiros anos de sua criação, quando a quantidade de estrógeno e progestogênio em cada pílula eram relativamente elevados, os anticoncepcionais causaram hipertensão em cerca de 5% das mulheres que os utilizaram durante cinco anos ou mais! 
           O mecanismo pelo qual os anticoncepcionais causam hipertensão não é plenamente conhecido, mas acredita-se que ele tenha influência no sistema renina-angiotensina-aldosterona (que será abordado posteriormente nesse blog), com uma atividade acima da basal, diminuição do nível da enzima que inativa angiotensina II, retensão de sódio, maior nível sanguíneo de estrógeno, aumento de atividade simpática como avaliada pelo nível de dopamina-hidroxilase plasmática, além da possível diminuição de produção de prostaciclina. 
           Não se deve pensar, porém, que isso signifique que os anticoncepcionais não devam ser usados. Isso porque os anticoncepcionais mais novos não possuem doses tão elevadas de estrógeno e progestogênio e, compostos com novas fórmulas, como o formado por 30ug de etinilestradiol e 75ug de gestodene, se mostraram inofensivos sobre a pressão arterial em uma pesquisa que durou 18 meses.
           Assim, a preocupação com o uso de anticoncepcional só deve ocorrer se a mulher fizer parte de grupos de risco. Esse é o caso de mulheres que já apresentam, na média, uma pressão arterial elevada e que, segundo as pesquisas, são as que mais têm a pressão elevada com o uso das púlilas. É também o caso de mulheres com história prévia de hipertensão na gravidez, que têm o hábito de consumir bebidas alcoólicas associado ao uso das pílulas, obesas e fumantes. Para essas mulheres, é necessária atenção constante quanto aos níveis pressóricos, sendo mais indicada a instituição de métodos anticoncepcionais alternativos.
           Um dado
curioso acerca de alterações decorrentes do uso de anticoncepcionais é que apenas provocam aumento da pressão sistólica, praticamente não influênciando a pressão diastólica! A elevação pressórica decorrente do uso de pílulas, porém, não é permanente. Estudos também mostraram que, ao se interromper o tratamento após a detecção da hipertensão, a grande maioria das mulheres tiveram seus níveis pressóricos novamente estabilizados em valores considerados normais.
            Desse modo, a pílula continua sendo um grande instrumento do universo feminino para sua adaptação ao mundo moderno e um reconhecimento frente à sociedade cada vez maior. Basta que seu uso se dê sob a segurança de que a mulher não faz parte de um dos grupos de risco e que, principalmente, seja sempre feito sob orientação médica!

Referências Bibliográficas:
   http://50anosdapilula.com.br/Pesquisa50AnosPilula_ReleaseMidiaSocial.pdf
   www.fmrp.usp.br/revista/1996/.../hipertensao_arterial_secundaria.pdf
   http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1985000200005
   www.scielo.br/pdf/csp/v1n2/v1n2a05.pdf

           

15 de dez. de 2010

O álcool faz mal à saúde???

Bom dia/ tarde/ noite, hoje quem vai postar de novo sou eu, REBECA!! O assunto de hoje talvez agrade a alguns ou, talvez, não agrade a ninguém. Todas aquelas pessoas que costumam ingerir bebida alcoólica deveriam ter a preocupação de saber o que ela causa ao nosso organismo, mas infelizmente a pergunta do título do post não possui uma resposta definida ainda, pois entre os estudiosos ainda existem muitas divergências. Para alguns, o consumo do álcool de maneira moderada diariamente pode evitar o infarto do miocárdio, e para outros o álcool em qualquer quantidade não é saudável, podendo causar o aumento da pressão arterial.  Esses conflitos podem acontecer devido à bebida alcoólica ser uma das drogas mais consumidas mundialmente de formas variadas e em ocasiões mais variadas.
Alguns desses estudos mostraram que o consumo de 1 a 4 doses de bebida por dia reduz significativamente o risco de doenças coronárias.  O consumo de 30g/dia de álcool (equivalente a duas doses) aumenta em *4mg/dl o nível de colesterol ligado a HDL (lipoproteína de alta densidade) considerado o “colesterol bom”, este é responsável pela remoção do colesterol ligado a LDL (lipoproteína de baixa densidade) “colesterol ruim”, reduzindo assim a ocorrência de aterosclerose, essa quantidade, equivalente a duas doses, também diminui o nível de fibrinogênio, evitando a formação de trombos.
O consumo acima de 5 doses/dia passa a ser maléfico podendo causar comprometimento no ventrículo esquerdo, chamado cardiomiopatia. Essa doença tem várias causas, inclusive genéticas, mas o alcoolismo é a sua principal causa.
Uma pesquisa feita no Japão, entretanto, mostrou que nos idosos, mesmo que em quantidade moderada, a bebida alcoólica aumenta a pressão arterial, recomendando assim que os hipertensos evitem ao máximo o seu consumo. Não se tem ainda certeza do mecanismo que a bebida sofre para alterar a pressão arterial. Esse estudo foi feito baseado em experimentações e a aplicação na teoria ainda não é conhecida. Talvez o motivo seja que ela afeta o SN Simpático, que é parte do sistema nervoso involuntário responsável pelo controle das funções de batimentos cardíacos e constrição dos vasos sanguíneos. Nesse estudo, os pesquisadores mediram o impacto da ingestão de álcool sobre os fatores de risco da aterosclerose, levando em conta a idade dos indivíduos. Os fatores de riscos observados foram: pressão arterial, níveis de colesterol e IMC (Índice de Massa Corporal: divide-se o peso pela altura ao quadrado).
Por não haver certeza de nada, os cuidados devem existir com a ingestão de álcool, principalmente aqueles que a consomem de maneira abusiva e são propensos a hipertensão.
É isso gente, obrigada pela atenção!
*4 mg/dl: 4 miligrama por decilitro.


Referências bibliográficas:

9 de dez. de 2010

Chega de McDonald's

Saudações, leitores!

Quem posta hoje é o Guilherme, e é pra falar da relação do colesterol e da obesidade com a hipertensão e a saúde vascular.


Muito se conhecem as denominações de colesterol "bom" e colesterol "ruim". A denominação é dada, na realidade, às lipoproteínas transportadoras de gorduras hidrofóbicas presentes no sangue. Essas lipoproteínas apresentam parede anfipática para manter contato tanto com a água do plasma sanguíneo quanto com a gordura que transporta. O colesterol é uma molécula lipídica anfipática, sendo o grupo hidroxila o responsável por sua afinidade com a água.

Pois bem, voltando às denominações de ruim e bom, o que chamamos de ruim é o LDL (low density lipoprotein) e tem por função levar o colesterol até os outros tecidos do organismo além do intestinal e do hepático. O bom é o HDL (high density lipoprotein) é sua função é fazer o transporte no sentido inverso, trazendo os lipídios dos tecidos do organismo de volta ao fígado. Embora hábitos alimentares influenciem a concentração de LDL no sangue, existe um forte fator genético nessa determinação.



Eis a bandidona da vez: a molécula de colesterol


No que se refere aos lipídios, o grande vilão para a saúde vascular associado às lipoproteínas é a obstrução de vasos causada por ateromas (depósitos de gordura). A gordura transportada pelas lipoproteínas se adere à parede interna de um vaso sanguíneo e ali se acumula, até que se nada for feito por sua remoção, os depósitos continuam e o vaso é obstruído.

Pesquisas sugerem, porém, que os níveis de colesterol no sangue sejam responsáveis também por uma maior incidência de hipertensão. Um estudo feito em Melbourne com pacientes que apresentam hipertensão sistólica isolada apontou que um tratamento regular com a droga atorvastatina reduz a concentração de LDL em até 51% e aumenta a de HDL em até 10%. Tais efeitos se fizeram sentir na pressão arterial dos pacientes, que reduziu em até 11 mm Hg na sistólica e reduziu em até 5 mm Hg na diastólica.



Atorvastatina (belo nome para um filho!)


Quanto à obesidade, uma definição geral para quando uma pessoa é considerada obesa é o seu índice de massa corporal (IMC), dado por massa/altura X altura (massa em kg e altura em m). Uma pessoa é considerada obesa se seu IMC estiver acima de 30, e acima de 40 essa obesidade é considerada mórbida. A obesidade causa hipertensão porque a área do organismo a ser irrigada cresce além do que era planejado para um organismo saudável.

 
Um estudo realizado com mulheres do Sul do Brasil apontou uma estreita relação entre a circunferência do quadril e os níveis de pressão arterial. Mulheres com quadril maior que 80 cm apresentaram uma incidência de 62% de hipertensão arterial, muito acima da porcentagem da população como um todo. Essa mesma pesquisa mediu os riscos de diabetes e detectou maior risco entre mulheres de quadril extenso e mais jovens que 40 anos.

Caso de obesidade mórbida

Referências bibliográficas

http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6T18-45B56YT-H&_user=10&_coverDate=03%2F20%2F2002&_rdoc=1&_fmt=high&_orig=search&_origin=search&_sort=d&_docanchor=&view=c&_searchStrId=1571304691&_rerunOrigin=scholar.google&_acct=C000050221&_version=1&_urlVersion=0&_userid=10&md5=d47276ce241e0a79639f1ba468352765&searchtype=a

http://foodspace.wordpress.com/2008/05/30/cholesterol-the-house-with-the-add-ons/

http://journals.cambridge.org/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=571844

TORRES, Bayardo Baptista. Bioquímica Básica

Tem que mexer o esqueleto!



Olá leitores queridos,


O post de hoje conterá informações sobre a relação dos exercícios físicos com a hipertensão.

O gosto pela prática de atividades físicas é bem variado. Algumas pessoas adoram ficar horas na academia participando de corridas e jogos esportivos, enquanto outras não suportam a idéia de levantar o bumbum da cadeira nem para fazer uma bela caminhada no parque. “Estima-se que a prevalência do sedentarismo seja de até 56% nas mulheres e 37% nos homens na população urbana brasileira”.

No entanto, poucos se atentam para os fatos de que a freqüência de doenças cardiovasculares diversas vêm aumentando na população mundial e de que atividades físicas são capazes de melhorar, e muito, a qualidade de vida.
Pesquisas indicam que 25% da população brasileira com mais de 20 anos seja hipertensa. Esse número torna-se alarmante quando analisamos que o IMC e o diâmetro da circunferência abdominal são responsáveis por 48% e 73% da fração de hipertensos para homens e entre 41% e 64% para mulheres.
Acontece que os exercícios físicos, além de serem os responsáveis por uma queda do IMC e conseqüente diminuição da circunferência abdominal, também são capazes de melhorar os processos fisiológicos e metabólicos que regulam a distribuição de oxigênio pelos tecidos em atividade. O que se observa é que “durante um período de exercício, o corpo humano sofre adaptações cardiovasculares e respiratórias a fim de atender às demandas aumentadas dos músculos ativos e, à medida que essas adaptações são repetidas, ocorrem modificações nesses músculos, permitindo que o organismo melhore o seu desempenho.” Algumas das modificações que melhoram as condições cardíacas observadas no organismo são: manutenção da quantidade ideal de óxido nítrico no organismo (como foi explicado no post anterior), promoção do aumento do metabolismo basal, conhecido como metabolismo de repouso e “que é responsável por 60% a 70% do gasto energético total, contribuindo para a perda de peso e diminuição do risco de desenvolver diabetes, hipertensão, e outras doenças”, aumento do volume de ejeção e diminuição da freqüência cardíaca de repouso, “decorrente de uma redução do tônus simpático e um aumento do tônus parassimpático, resultando em uma dilatação arteríola e venodilatação” e “contribuindo para uma queda da pressão arterial sistêmica melhorando a eficácia do sistema circulatório”.
Mas não fiquem pensando que qualquer exercício físico é capaz de melhorar o funcionamento cardíaco. Existem dois tipos principais de atividades físicas, os exercícios aeróbicos e os exercícios anaeróbicos. Os exercícios aeróbicos são aqueles que utilizam o oxigênio como fonte de queima de substrato para produzir energia e    costumam ser de longa duração, contínuos e de baixa e moderada intensidade. São exemplos de exercícios aeróbios: caminhar, correr, andar, pedalar, nadar e dançar. Já os exercícios anaeróbicos utilizam uma forma de energia que independe do oxigênio, por isso o uso desse termo. Normalmente são exercícios de alta intensidade e curta duração. Como exemplos temos: corrida de cem metros rasos, saltos, arremesso de peso e musculação.
Atualmente as pesquisas mostram que o mais recomendado para os hipertensos são atividades aeróbicas, pois são mais eficientes metabolicamente e têm uma intensidade menor logo acabam sendo mais fáceis e prazerosas.
Portanto, os exercícios físicos são excelentes atividades de socialização, fazem muito bem para o organismo e podem ser vantajosos economicamente já que um  hipertenso pode diminuir sua dose de fármacos anti-hipertensivos.

Se você não pratica atividade física, essa é a hora de mudar a sua vida e melhorar sua saúde. Levante da frente do computador e procure algum exercício físico para fazer!



Postado por Natacha Amorim
Referências bibliográficas

http://www.efdeportes.com/efd93/diabetes.htm

SARNO, Flávio  e  MONTEIRO, Carlos Augusto. Importância relativa do Índice de Massa Corporal e da circunferência abdominal na predição da hipertensão arterial. Rev. Saúde Pública [online]. 2007, vol.41, n.5, pp. 788-796. ISSN 0034-8910.  doi: 10.1590/S0034-89102007000500013.
www.scielo.br/pdf/rbme/v10n6/a08v10n6.pdf

BIBLIOTECA DA SAUDE. Exercícios, boa forma e saúde. São Paulo: Circulo do Livro, Vol. 1. 1996.

MAUGHAN R., GLEESON M., GREENHAFF P. L. Bioquímica do exercício e do treinamento. São Paulo: Editora Malone, 2000, pg. 73.

CIOLAC Emmanuel G; GUIMARÃES Guilherme V. Exercício físico e síndrome metabólica. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, vol.10 no. 4 Niterói Julho/Agosto. 2004.

http://www.renatapacheco.com.br/artigos_textos/hipertensao_arterial

http://www.scielo.br/pdf/rsp/v43s2/ao791.pdf